Sabia que a tapioca era o alimento básico dos índios brasileiros?
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Em 2015, Isadora Fevereiro, fundadora do Chef Tapioca, andava à procura de ideias de negócio quando, numa grande cidade europeia, encontrou um conceito para si altamente inspirador: o Street Food.
O que no conceito lhe causara um grande entusiasmo era a ideia de andar pelas ruas a falar e conhecer pessoas e, ao mesmo tempo, oferecer-lhes uma boa refeição. O conceito estava encontrado, era necessário, então, identificar o tipo de comida a servir. A ideia de cozinhar comida com gordura e sal não estava dentro das opções, pela sua própria filosofia de vida. Isadora queria servir algo saudável, divertido, atraente e a preços acessíveis.
Lembrou-se dos tempos em que viveu no Nordeste brasileiro e pensou nas tapiocas, no açaí e nos sumos naturais absolutamente deliciosos que comia diariamente no Brasil, quando lá morava.
O entusiasmo foi imediato e, daí em diante, tudo se desenrolou de forma muito natural e bastante rápida.
Com a ajuda de uma empresa de design e branding, chegou-se ao nome e à imagem corporativa do Chef Tapioca! Numa alusão aos índios da Amazónia o logótipo representa penas de índio, porque é da Amazónia que vem originalmente a extracção e uso do açaí e o consumo diário da tapioca.
Era necessário, agora, dominar a confecção das tapiocas. Embora Isadora já soubesse fazer tapioca dos tempos em que vivera no Brasil, precisava de dominar a técnica e aqueles pequenos pormenores que tornam tudo o que se faz mais especial!
Foi ao Rio de Janeiro e foi numa feirinha modesta na zona Norte do Rio que uma velhinha tapioqueira lhe ensinou os truques para se fazerem as melhores tapiocas!
A seguir só precisava de dominar a técnica para fazer a goma artesanal mais fresca e leve, para ter tapiocas saudáveis e deliciosas, sem corantes nem conservantes.
Foi até ao norte do Brasil, ao estado do Pára e correu as casas de farinha artesanais das aldeias indígenas. Com uma bondade e simpatia que nunca irá esquecer, os locais mostraram-lhe todo o processo, desde a hidratação, secagem e peneiração da goma de forma artesanal, como se faz há gerações e gerações.
Daí para a frente foi trabalhar sem parar, sempre com paixão e entusiasmo de quem se levanta de manhã todos os dias para fazer aquilo de que gosta e em que acredita.
A caminhada do Chef Tapioca
Depois de cerca de um ano e meio como Street Food, abriram-se quiosques em dois shoppings, mas rapidamente Isadora percebeu que não era o tipo de ambiente que queria para o Chef Tapioca, porque os shoppings têm bastantes vantagens comerciais, mas são lugares formatados, cheios de regras, impessoais e que não proporcionam às pessoas aquilo que sonhara oferecer com o Chef Tapioca.
Assim, o Chef Tapioca saiu dos shoppings e abriu a primeira loja numa localização abençoada em Matosinhos, ao lado da praia. Numa loja toda envidraçada e cheia de luz natural começava a aventura na versão loja de rua! É nesta loja que, diariamente, num ambiente decorado com criatividade e simplicidade, ao som de música inspiradora de blues, jazz, reggae, soul… se serve, com muito amor, as mais deliciosas tapiocas, açaís e sumos naturais!
Dois anos mais tarde o Chef Tapioca abriu a segunda loja, na Av. do Mal. Gomes da Costa, no Porto, num edifício arquitetonicamente estonteante, com uma decoração vintage, que deu a Isadora um enorme prazer a criar.
Para a decoração desta loja andou pelas lojas de objetos usados onde se encontram autênticas preciosidades a preços absurdamente baixos! Até a um apeadeiro foi para fazer umas belíssimas floreiras reutilizando traves do caminho de ferro.
O resultado foi um ambiente sofisticado, descontraído e muito tranquilo, onde se pode passar uma hora de almoço a ouvir boa música e saborear uma refeição saudável enquanto, lá fora, segue a correria da rotina da vida na cidade.
Mais do que um negócio, o Chef Tapioca é uma inspiração diária.
É com muito prazer que asseguramos o funcionamento das lojas e resolvemos aqueles obstáculos e problemas que aparecem diariamente, sempre com muito sentido de humor e entusiasmo.
Ao mesmo tempo, uma mente criativa, aberta e livre de ideias preconcebidas fazem-nos olhar para o futuro de forma promissora e, a cada momento, há sempre uma frase que se ouve ou uma coisa que se vê numa parte qualquer do planeta que trazem mais inspiração para melhorar o que já se fez e para concretizar a imensidão de possibilidades que ainda estão por vir.